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Caros leitores,
A página Fale Conosco é feita para vocês. Temos o maior prazer em auxiliar nossos leitores com suas dúvidas, estudos de caso e outros assuntos relacionados ao mundo das finanças. Quando achamos que a dúvida pode ser estendida a outros leitores e, quando autorizados, publicamos nesse espaço.
Na última quinta-feira, publicamos um "Fale Conosco", com uma dúvida do leitor Rafael Pinheiro, do Rio de Janeiro/RJ:
O Amigo Rafael aproveitou para enviar outra mensagem, solicitando novas explicações do ABC do Dinheiro, que reproduzimos abaixo, junto com a resposta de nossos especialistas:
Bom dia, Flavio!
Obrigado pela resposta! Eu ja andei lendo alguns artigos e sites sobre o Tesouro Direto mas a explicação que voce me enviou esclareceu bastante. Estou pensando em investir um CDB (pós-fixado) por causa do aumento da taxa de juros Selic. Pelo o que entendi com o seu e-mail, o investimento pós-fixado é para tempo curto porque o cenário da economia pode mudar e não ser mais vantajoso.
Mas ainda estou com uma grande dúvida. Investir ou não no Tesouro Direto porque os 2 parecem ter um "rendimento" parecido e também tem o desconto do IR ( favor, me corriga se eu estiver enganado).
OBS1: Eu andei conversando com o gerente do meu banco e ele disse que a ordem dos investimentos que tem maior rendimento para o menor é( no cenário atual ): CDB, TESOURO DIRETO e POUPANÇA. Isso é verdade? Eu li em varios lugares que o tesouro direto tem melhores rendimentos.
Att
Rafael Pinheiro
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Caro Rafael,
Investir em um CDB pós-fixado e investir em uma Letra Financeira do Tesouro (LFT para os íntimos) é praticamente a mesma coisa. O CDB é corrigido pela variação do DI e a LFT evolui de acordo com a variação da taxa Selic. E você sabe qual é a diferença entre o DI e a Selic? Se souber me avisa, pois os dois andam de mãos dadas.
A tributação incidente sobre o ganhos com o CDB e com os títulos públicos é a mesma, ou seja, há cobrança de IOF para investimentos de prazo inferior a 30 dias, e de Imposto de Renda na fonte sobre os rendimentos, segundo as seguintes alíquotas:
- 22,5% em aplicações com prazo de até 180 dias;
- 20% em aplicações com prazo de 181 a 360 dias;
- 17,5% em aplicações com prazo de 361 a 720 dias;
- 15% em aplicações com prazo acima de 720 dias.
Entretanto, como diferenças, podemos destacar:
- no CDB pós-fixado geralmente é dado um desconto na variação do DI. Logo, seu gerente deve lhe oferecer um CDB que rende 80% da variação do DI, ou 70% e por aí vai. Nesse caso, quanto mais recursos você tiver para investir, maior será o seu poder de barganha com o banco. Já no caso da LFT, não há descontos;
- para operar o Tesouro Direto é necessário o pagamento de duas taxas: operacionais (pagas para a CBLC) e custódia (corretora ou banco). A primeira taxa é de 0,10% no ato da transação e 0,30% ao ano. A segunda taxa varia de corretora para corretora (existem algumas corretoras que não cobram nada).
- lembre-se que adquirindo um CDB você está adquirindo junto o risco de crédito do banco. Ou seja, se o banco quebrar você fica a ver navios (lembre-se que o Fundo Garantidor de Créditos só garante até R$ 70 mil). Já adquirindo uma LFT, você estará adquirindo junto o risco de crédito do Tesouro Nacional. Não preciso nem explicar qual dos riscos é o maior.
- as regras para resgate do CDB variam de banco para banco. Alguns bancos exigem que o dinheiro fique aplicado por um prazo mínimo, a partir do qual se obtém uma liquidez diária. Já no Tesouro Direto, é possível adquirir títulos públicos todos os dias, mas o Tesouro Nacional apenas recompra às quartas-feiras. Ou seja, para revender os títulos públicos é necessário esperar até as quartas-feiras.
Se você quer saber a minha escolha pessoal? Prefiro ficar com as LFT.
Quanto ao seu gerente de banco, lembre-se que ele recebe salários, comissões e cumpre metas estabelecidas pelo próprio banco. Logo, vender um CDB para eles é ótimo. Além disso, os recursos que você paga para adquirir um CDB vão diretamente para os cofres do banco. Já o Tesouro Direto...
Espero ter ajudado.
Abraços,
Flávio Girão Guimarães
ABC do Dinheiro
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