segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Novas regras de investimento da previdência complementar aberta

O Conselho Monetário Nacional, em resolução publicada no dia 2 de janeiro de 2013, alterou as regras de investimento da previdência complementar aberta, cujos produtos mais conhecidos são os PGBL* e os VGBL**.

Agora, a carteira de renda fixa de seguradoras ou Entidades Abertas de Previdência Complementar que oferecem tais produtos deverá apresentar um prazo médio remanescente de três anos e um prazo médio de repactuação de taxa de cinco anos. O prazo para adaptação das carteiras atuais às novas regras é 31 de dezembro de 2015.

O que significam tais prazos? O que muda na minha previdência?

O chamado prazo médio remanescente é, grosso modo, a média dos prazos de vencimentos dos títulos de renda fixa. Para exemplificar, suponha que a carteira de renda fixa da Seguradora Alpha é composta por:

  • R$ 100 milhões de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com vencimento em quatro anos; e
  • R$ 100 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimento em seis anos.
Neste caso, o prazo médio remanescente será igual a cinco anos, pois, a média ponderada dos prazos dos títulos (quatro e seis anos) com os valores investidos (R$ 100 milhões em cada título) resultará em cinco anos.

Já no cálculo do prazo médio de repactuação de taxas, considera-se o prazo de repactuação de cada um dos títulos de renda fixa. Parece complicado, mas não é. No caso dos títulos prefixados e dos títulos corrididos pela inflação, o prazo de repactuação será igual ao prazo remanescente, como visto acima. Porém, no caso dos títulos pós-fixados, tal prazo é reduzido a um dia. Assim, em nosso exemplo acima teríamos:
  • R$ 100 milhões de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com prazo de repactuação de um dia; e
  • R$ 100 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com prazo de repactuação em seis anos.
Assim, quando ponderamos tais prazos, temos um prazo médio de repactuação de taxas de três anos.

O que muda na minha previdência?

Aos poucos, as carteiras de renda fixa dos produtos de previdência complementar aberta oscilarão diariamente um pouco mais do que de costume, o que é ruim para os investidore que enxergam (erroneamente) a previdência complementar aberta como um investimento de curto prazo.

Entretanto, carteiras "mais longas" geram maior rentabilidade no longo prazo, que é exatamente o comportamento esperado para produtos de caráter previdenciário.

Resumo da ópera. Para quem aplica em previdência complementar aberta visando o longo prazo, espera-se um aumento da rentabilidade de tais produtos, o que é excelente.

Porém, quem compra previdência pensando na variação diária da rentabilidade pode levar um susto. Neste caso, vale a pena repensar sua estratégia de investimento. Se você não suporta qualquer oscilação, esqueça a previdência e invista em fundos de renda fixa referenciados ao DI. Mas, se você reconhecer que a previdência é um produto para o médio e longo prazo, mantenha-se firme e colha os resultados. Entre as duas opções, certamente escolho a última.

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

* PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre;
** VGBL - Vida Gerador de Benefício Líre.

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