segunda-feira, 21 de setembro de 2015

É possível ganhar acima de 1% ao mês com baixo risco. Saiba como

Se o mês de agosto de 2015 foi dos piores para quem investiu em títulos públicos adquiridos no Tesouro Direto, em especial os prefixados (Tesouro Prefixado com ou sem Juros Semestrais) ou indexados ao IPCA (Tesouro IPCA com ou sem Juros Semestrais), o mês de setembro traz excelente notícia para quem quer investir com rentabilidade e baixíssimo risco. Saiba Como nesse artigo.

Risco de crédito


Parece estranho começar o artigo tratando de risco, afinal de contas o título dessa postagem trata de claramente de rentabilidade, e que rentabilidade. Mas todo investidor precavido deve escolher com sabedoria onde aportar seus recursos. E saber os riscos envolvidos em um investimento é a forma mais sábia de investir.

Não, o Tesouro Direto não é isento de riscos. Como qualquer credor, o governo brasileiro pode, um dia, deixar de honrar seus compromissos junto a seus credores. Aliás isso já aconteceu algumas vezes, especialmente em relação à dívida externa (1898, 1902, 1914, 1931, 1937, 1961, 1964, 1983, 1986–1987 e 1990). Tal risco é conhecido por risco de crédito.

Porém, entre todos os emissores de dívida, espera-se que o governo seja aquele com maior capacidade de pagamento, ou menor risco de crédito. Isso se deve basicamente a dois fatores que são únicos: capacidade de emissão de moeda e capacidade de aumentar sua receita através do aumento dos impostos. Ou seja, o risco de crédito existe, mas é o menor entre os emissores em moeda local.

Risco de mercado

Outro risco inerente ao investimento em títulos públicos decorre da variação dos preços dos títulos públicos entre a data de compra e a data de venda do título (ou vencimento). Tal variação de preços é comumente conhecida como risco de mercado. Tal risco afeta especialmente os títulos prefixados (Tesouro Prefixado com ou sem Juros Semestrais), mas também está presente nos títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA com ou sem Juros Semestrais).

Rentabilidade de 1% com baixo risco

Sim, hoje é possível investir em títulos públicos com rentabilidade superior a 1% (já descontado os custos e o Imposto de Renda). Mas não dá pra saber durante quanto tempo essa janela de oportunidade estará aberta.

Como podemos ver na tabela abaixo, retirada do site do Tesouro Direto em 18/09/2015, às 17:41, os títulos prefixados à venda na plataforma do Tesouro Direto estavam com taxas superiores a 15,64% ao ano (Tesouro Prefixado 2018), chegando a uma máxima de 15,86% ao ano (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2025).






Ou seja, um investidor que neste dia comprasse um Tesouro Prefixado 2018 e o carregasse até o vencimento, em janeiro de 2018, teria garantida uma rentabilidade bruta (antes dos custos e impostos) de 15,64% ao ano. Mesmo com os descontos, alcança-se uma rentabilidade superior a 1% ao ano. Por ano, teríamos a seguinte rentabilidade, custos e impostos:

(+) 15,68% - Rentabilidade Bruta
(-)    0,30% - Taxa de custódia (BMF&Bovespa)
(-)    0,25% - Taxa da Instituição Financeira escolhida pelo investidor*
(=) 15,09% - Rentabilidade antes do Imposto de Renda

(-)    2,26% - Imposto de Renda sobre o ganho de capital (15% depois de 2 anos)
(=) 12,83% - Rentabilidade Líquida (ao ano)

Utilizando a calculadora disponibilizada pelo próprio Tesouro Nacional (aqui), podemos calcular a rentabilidade bruta, custos e impostos para o período compreendido entre o dia 18/09/2015 e 01/01/2018, data de vencimento do título. Nesse caso, alcançaremos uma rentabilidade líquida anual de 12,96% ao ano!

Utilizando nossa Calculadora: conversão de taxas de juros, podemos verificar que uma rentabilidade de 12,96% ao ano equivale a 1,02% ao mês. Touché!

Rentabilidade prefixada = vencimento

É importante salientar que lógica acima só funciona se o investidor adquirir o título e o carregar até o vencimento, quando o Tesouro Nacional então paga R$ 1.000,00 por cada título. Caso o investidor vender o título antes do vencimento, estará sujeito às condições de mercado vigentes, podendo auferir uma rentabilidade diferente da calculada acima.

Funciona com os demais títulos do Tesouro Direto?

Não dá pra ter certeza. O Tesouro Prefixado (com ou sem juros semestrais) são os únicos títulos cuja rentabilidade é sabina no momento da compra, supondo que o investidor permaneça com o título até o vencimento. Por isso, é possível calcular ex-ante a rentabilidade que será auferida.

Já o Tesouro Selic é um título pósfixado, cuja rentabilidade está atrelada à variação da Taxa Selic. Atualmente, tal título rende 14,25% ao ano, insuficiente para que o investidor obtenha 1% ao ano. Porém, se a taxa Selic subir para algo em torno de 15,25% ao ano, tal objetivo será alcançado.

Por fim, o Tesouro IPCA (com ou sem juros semestrais) tem sua rentabilidade composta por uma taxa prefixada e pela variação da inflação, medida pelo IPCA. Como a inflação futura é incerta, incerta também será a rentabilidade de tais títulos. Portanto, difícil afirmar quando e como tais títulos obterão rentabilidade superior a 1% ao mês. Acontece, é claro, mas não da para prever.

Nunca é demais relembrar

Este este artigo é meramente informativo e não deve ser considerado como recomendação de investimento, nem deve servir como única base para tomada de decisões de investimento. Antes de efetuar seus investimentos no Tesouro Direto e, para melhor entendimento do programa e das características dos títulos públicos negociados através desta plataforma, recomendamos a leitura cuidadosa do regulamento, bem como a leitura de outros artigos aqui mesmo no ABC do Dinheiro (aqui) ou de outros blogs especializados, bem como a realização de cursos e consultas à página do próprio programa, no site do Tesouro Nacional.

* as taxas cobradas pelas instituições financeiras cadastradas no Tesouro Direto variam de 0,00% ao ano, até 2,00% ao ano. O próprio Tesouro Nacional relaciona as instituições financeiras com as respectivas taxas (aqui). Em nosso exemplo, utilizamos a taxa de 0,25%, que é a mais comum.