segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Por onde começar a investir em ações?

O conhecimento de uma técnica de análise de ativos evita transformar o investimento em ações num jogo de azar. Assim como em um cassino, um sujeito pode ter "sorte" e conseguir algum resultado positivo no curto prazo. Porém, se este jogador continuar com as apostas repetidas vezes e por um longo período de tempo, a banca tende a  levar todo o seu capital. No caso das ações, o mercado é equivalente a banca.

Ao contrário do que muitos imaginam, não é necessário nenhum diploma de doutorado em economia ou matemática para ter acesso e entender estas técnicas. Para conhecê-las bastam apenas tempo e força de vontade.


As técnicas de análise de ativos se dividem basicamente em duas: Análise Técnica (AT) e Análise Fundamentalista (AF). Os analistas técnicos, como são conhecidos aqueles que fazem suas análises com base na AT, utilizam-se dos gráficos dos ativos para tomar suas decisões no mercado. Os analistas que se utilizam da AF fazem suas análises com base em fatores que influenciariam o desempenho da empresa, tais como dados de balanço, do setor, da economia entre outros.

A AF se baseia na existência de uma relação de causa-efeito entre os fundamentos de uma empresa e o desempenho de suas ações na bolsa de valores, mesmo que esta relação não seja instantânea. Estudando os fatores que influenciariam o desempenho de uma empresa, os fundamentalistas acreditam conseguir estimar o real valor da empresa e, por conseqüência, o real valor de suas ações, estimando se há ou não potencial de ganho quando comparado com o preço atual das ações no mercado.

A AT, por sua vez, acredita que toda informação necessária se reflete no preço do ativo. Os gráficos e indicadores são os únicos instrumentos de análise. Com eles, os analistas técnicos tentam captar possíveis alterações na relação demanda x oferta por determinado ativo. As notícias, os fundamentos das empresas, conjuntura política, bem como os indicadores econômicos são desconsiderados. Para os analistas técnicos: “o gráfico desconta tudo!”.

Ambas as técnicas possuem suas vantagens e desvantagens, bem como uma série de limitações e incertezas. Afinal, a análise de ativos busca entender um mercado que não segue uma ciência exata. Toda análise possui uma chance de dar certo, com o ativo indo na direção desejada. Por outro lado, toda probabilidade tem o seu complementar. Por exemplo: a probabilidade de estar “certo” tem como complementar a probabilidade de não estar “certo”. Ainda não inventaram uma ferramenta de análise que acerte em 100% dos casos.

Se o mercado seguisse padrões exatos não haveria a possibilidade de se obter ganhos nele. Antes de se conhecer qualquer tipo de análise de ativos, tem que se ter em mente que perdas, invariavelmente, acontecerão. Por exemplo, uma estratégia com probabilidade de 70% de caminhar na direção desejada tem o seu complementar, que é a probabilidade de não seguir na direção desejada (100% - 70% = 30%), ou seja, de cada 10 operações realizadas, 7 seguirão o caminho esperado e 3 não seguirão, em média. Ter isto em mente é muito importante antes de se entrar no mercado.

Quando o ativo não segue na direção desejada temos que ter um plano B, uma espécie de saída de emergência. Esta saída de emergência é conhecida na AT como Stop Loss ou simplesmente Stop. Assim como as saídas de emergência, que podem salvar vidas em caso de uma fatalidade, o Stop é o que o manterá vivo no mercado, mas este é um assunto para outro artigo.

O essencial é começar a estudar algum tipo de técnica de análise antes de investir em ações. O mercado está cheio de oportunidades e armadilhas. A técnica correta pode ajudá-lo a distinguir o que é oportunidade do que é uma armadilha. Apesar de não ter 100% de acerto, algumas ferramentas de AT podem chegar a ter 75%, suficientes para gerar bons ganhos. As ferramentas são relativamente simples e estão ao alcance de todos que queiram conhecê-las.

No meu próximo post falarei mais a respeito das principais diferenças entre AT e AF, bem como os seus pontos fortes e fracos. Em breve será lançada uma série de artigos descrevendo as bases e as principais ferramentas da AT e a sua aplicabilidade prática no mercado de ações.

Artigo escrito por Gustavo Garcia.

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