quinta-feira, 8 de maio de 2014

Análise Técnia: Teoria Dow

O índice Dow Jones tem este nome em homenagem a Charles Dow e Edward Jones, que viveram nos E.U.A no final do século XIX. Em 1903, um ano após a morte de Charles Dow, suas idéias foram compiladas em um livro chamado “ABC of Stock Speculation” (ABC da especulação em ações). Em 1932 foi lançado um livro intitulado “Dow Theory” (Teoria Dow), que trazia os princípios da Teoria Dow.


Estes princípios serviram de base para diversas outras teorias lançadas no campo da Análise Técnica. Os princípios são:
  • Os índices descontam tudo.
A oferta e demanda por determinado ativo é influenciada por todas as informações acessíveis pelos participantes de mercado. Como os preços dos ativos são afetados pela relação da oferta com a demanda, o preço reflete um consenso, mesmo que momentâneo, dos participantes deste mercado, que levam em consideração todas as informações disponíveis no momento de sua tomada de decisão. “Os gráficos descontam tudo!”.
  •  O mercado se move em três tendências.
Para Dow, uma tendência de alta seria caracterizada por topos e fundos ascendentes e uma tendência de baixa seria caracterizada por topos de fundos descendentes.
As três tendências são: primária, secundária e terciária. A tendência primária é a principal, mais longa e a mais importante das tendências. A tendência primária, segundo Dow teria uma duração superior a um ano, podendo durar alguns anos. A tendência secundária, ou intermediária, representa correções na tendência principal e, geralmente, dura de três semanas a alguns meses. Estas correções geralmente corrigem o movimento prévio entre 1/3 a 2/3. Na maior parte corrige em 1/2. A tendência terciária é a mais curta, com duração menor que três semanas e são correções na tendência secundária.

No gráfico ao lado, a tendência A é a maior, mais demorada e mais importante de todas, a tendência primária. A tendência B é a secundária e representa as correções dentro da tendência primária. As tendências terciárias, de menor duração, são representadas pelas setas menores e representam as correções dentro da tendência secundária.
  • As tendências mais longas possuem três fases.
A primeira fase é a da acumulação e é caracterizada pela entrada de investidores astutos e bem informados na direção contrária a tendência de mercado. Começam a comprar quando, em uma tendência de baixa, o pessimismo do mercado atinge o seu auge. A segunda fase é a fase da participação da massa, quando as notícias melhoram e os rallys de mercado ganham força, é nesta fase que os trend-followers (seguidores de tendência) começam a tomar posição. A terceira e última fase é a distribuição, onde as notícias a favor da tendência atingem seu auge e onde a participação do público cresce junto com o volume. Durante esta última fase, os investidores astutos e bem informados começam a realizar lucros e se desfazerem de suas posições.
  • Princípio da confirmação.
Este é o princípio mais difícil de se compreender. Na época de Chales Dow existiam dois índices: Industrial e de Ferrovias. O princípio da confirmação diz que a tendência deve ser confirmada por, pelo menos, dois índices de formulações diferentes. Assim, uma tendência no índice industrial deveria ser confirmada por uma tendência na mesma direção no índice de Ferrovias.
  • O volume deve confirmar a tendência.
Em uma tendência de alta, quando os preços sobem, os volumes devem subir também e quando os preços recuarem, os volumes devem recuar também. Esta regra do volume é mais importante nas tendências de alta.
  • Uma tendência somente acaba quando dá sinais definitivos de sua reversão.
Enquanto houver topos e fundos ascendentes, caracterizando uma tendência de alta, ou topos e fundos descendentes, caracterizando uma tendência de baixa, estaremos dentro de uma tendência. Esta tendência somente será revertida quando houver falha nestas sequências, como no gráfico abaixo:

O ativo ao lado vinha de uma tendência de alta, com topos e fundos ascendentes, até que fez um topo (topo B) mais baixo que o topo anterior (topo A). O sinal de reversão (reta pontilhada) foi dado quando o fundo anterior foi perdido.
Este é o primeiro de uma série de textos que explicará os principais conceitos de Análise Técnica e as suas aplicações no mercado de ações brasileiro. Nos próximos textos mostrarei as diferentes representações gráficas utilizadas pelos analistas técnicos, como identificar uma tendência, suportes, resistências, padrões de reversão, padrões de continuação, as médias móveis entre outras ferramentas de AT. Até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente aqui.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.