segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A bolsa está caindo. O que fazer?

O índice Bovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, segue em queda desde o final de 2010. Neste período, acumulou uma queda de, aproximadamente, 25%. Somente na última semana, a queda foi de quase 10%. Para aqueles que estavam com os seus recursos aplicados na bolsa em 2008, é difícil não se lembrar da queda de 60% ocorrida no IBOV no período de Maio a Outubro daquele ano. Qual atitude deve ser tomada neste momento? Devo entrar agora? Devo sair agora? O que fazer?

Não existe uma receita única. Cada um tem os seus prazos de investimento, seu próprio grau de aversão a risco, seus objetivos, entre outros fatores que influenciam no momento da escolha de um investimento. A opinião aqui expressa é pessoal e deve ser analisada com muito critério, tentando adaptá-la, se for o caso, as diferentes situações. Estas opiniões estão direcionadas para aqueles que investem apenas na ponta compradora, que é o caso da maioria dos investidores da bolsa. Primeiro, faz-se necessário dividir em dois grupos com situações diferentes: comprados (aqueles que já possuem alguma ação) e potenciais compradores (aqueles que estão de fora a espera de uma oportunidade para entrar na bolsa).


1º)  potenciais compradores: para aqueles que estão de fora da bolsa e estão esperando entrar na bolsa, este não é o melhor momento para entrar. Não caia na armadilha do está "barato", pois o que está "barato" hoje pode estar caríssimo daqui a um ano. Durante estas quedas, muitos analistas dizem que devemos ir as compras atrás das "pechinchas". O melhor a fazer é colocar seu dinheiro em RF, buscando um investimento mais seguro, esperando que a bolsa dê algum sinal de reversão desta forte tendência de baixa atual, para só então entrar na bolsa, por enquanto mantenha-se fora da bolsa.

Alguns vão argumentar que é o momento de comprar, buscando o "fundo" do movimento. Não caia nesta armadilha de caçar fundo de movimento, pois os movimentos na bolsa são muito difíceis de se prever. É melhor esperar por sinais claros de retomada da tendência de alta, isto pode levar meses ou até anos, mas é o mais aconselhável no momento.

2º)  comprados: está é a situação mais complicada. Tudo vai depender do objetivo traçado inicialmente. Se o objetivo era acumular ações para o "longo prazo", adquirindo ações mês a mês, então o plano deve ser seguido a risca, devendo-se continuar a comprar mais e mais ações. Não gosto deste tipo de estratégia, pois pode acontecer da empresa sumir do mapa e o seu dinheiro sumir junto. Se quiser utilizar esta estratégia, o ideal é que seja feito com o índice, não com ações de uma ou poucas empresas. No meu artigo "Ações e o Longo prazo" explico melhor este ponto de vista.

A pior situação é daqueles que entraram sem ter nenhum plano de entrada, de saída e objetivos para a operação. Para estes, o aconselhável é a colocação de um stop (saída de emergência) na operação agora. O ideal seria que este stop fosse colocado no momento da entrada, mas nunca é tarde. Existem muitas maneiras de se determinar o stop. Para os que desconhecem AT, pode-se definir a perda máxima aceitável na operação, colocando o stop no preço em que esta perda máxima é atingida.

Supondo que se entrou em um ativo em R$ 10,00. Hoje o preço dele é de R$ 9,40. Se, por exemplo, um sujeito aceita perder 10% do seu capital nesta operação ( 10% é um valor muito alto para se arriscar em uma única operação, mas este é somente um exemplo), o stop pode ser posicionado para os R$ 9,00. Como R$ 9,00 é um número redondo, eu posicionaria o stop alguns centavos abaixo dos R$ 9,00, em R$ 8,94.

Lembrem-se que a noção de "barato" e "caro" é relativa no tempo e espaço. O que está "barato" hoje pode estar muito "caro" amanhã.

O Abcdodinheiro disponibiliza uma análise semanal dos principais ativos da BOVESPA. Para acessá-la clique aqui.

Artigo escrito por Gustavo Garcia.

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